O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou na quarta-feira que agora é seguro para a TotalEnergies retomar o trabalho no projeto de GNL de Moçambique de US$ 20 bilhões.
No entanto, a gigante francesa ressalta que a decisão de retomar a construção cabe a todos os acionistas envolvidos.
Condições de segurança favoráveis
“O ambiente de trabalho e a segurança no norte de Moçambique permitem que a Total retome suas atividades a qualquer momento”, disse Nyusi em uma conferência de energia na capital moçambicana, Maputo, conforme relatado pela Reuters.
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A TotalEnergies detém uma participação de 26,5% no projeto de GNL, que foi suspenso em 2021 após ataques de militantes islâmicos em cidades próximas ao local.
Ataques militantes na região
O local do projeto fica próximo a Palma, na província de Cabo Delgado, onde militantes afiliados ao Estado Islâmico têm estado ativos nos últimos anos. Na primavera de 2021, militantes afiliados ao Estado Islâmico invadiram Palma em ataques que deixaram dezenas de pessoas mortas.
“A retomada é uma decisão do GNL de Moçambique, não uma decisão da TotalEnergies, que possui apenas 26,5% do projeto. Dado o contexto, a decisão terá que ser unânime, e a posição da TotalEnergies e que é apropriado levar o tempo necessario para obter as garantias esperadas antes de considerar uma possível retomada”, disse a porta-voz da TotalEnergies, Stephanie Platat, à Reuters na quarta-feira.
Operações previstas para 2027
O projeto GNL de Moçambique não deve iniciar as operações antes de 2027, mesmo se a TotalEnergies decidir rapidamente suspender a clausula de força maior e prosseguir com o desenvolvimento, disse Stephane Le Galles, diretor do projeto na TotalEnergies, à Bloomberg no mês passado durante uma visita ao canteiro de obras no nordeste de Moçambique.
“Do momento em que recomeçarmos até a produção, precisaremos de mais quatro anos para construir a instalação”, afirmou Le Galles.
Visita do CEO e avaliação humanitária
Em fevereiro, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, visitou Cabo Delgado e confiou a Jean-Christophe Rufin, especialista em ação humanitária e direitos humanos, uma missão independente para avaliar a situação humanitária na província.
A TotalEnergies ainda não decidiu quando retomará o projeto, com várias condições necessárias para uma decisão positiva, disse Le Galles à Bloomberg no mês passado. Essas condições incluem os mesmos custos do projeto, uma situação de segurança aprimorada, o retorno de funcionários do governo de Moçambique às cidades de Palma e Mocimboa da Praia, e uma avaliação das condições de direitos humanos na província de Cabo Delgado.
Os desafios enfrentados pela TotalEnergies e os demais acionista do projeto incluem garantir a segurança dos trabalhadores e da população locais, bem como manter os custos do projeto sob controle e lidar com as questões humanitarias na região.
Decisão de retomar o projeto
A decisão de retomar o projeto dependera do progresso desses fatores e do compromisso dos acionistas em avançar com o desenvolvimento do GNL de Moçambique.
Se as condições forem cumpridas e o projeto prosseguir conforme planejado, o GNL de Moçambique representará um importante passo no desenvolvimento econômico do país, diversificando sua matriz energética e atraindo investimentos estrangeiros.
A longo prazo, o projeto tem o potencial de melhorar a qualidade de vida e as perspectivas econômicas para os moçambicanos, desde que as preocupações com a segurança e os direitos humanos sejam adequadamente abordada.